jornalismo....

17 de novembro de 2009
Quando sua empresa decide realizar uma entrevista de emprego para, digamos, estagiários em jornalismo, pode acreditar: aparecerão competentes e incompetentes. Alguns virão de terno. Outros, de camisa social e jeans. Podem pintar também camisas de futebol, de bandas e quem sabe, até um abadá. Mas o fato é que aparecerão vários níveis de profissional.

Como acontece em tudo hoje em dia, se você der espaço para o “povo”, ele utilizará esse espaço. Vide as tão populares ferramentas da internet (Orkut, Twitter, MySpace, Flickr etc). Liberou, geral tá lá! E em cada uma dessas ferramentas estão as duas faces da moeda: os bons e os ruins. Eu, por exemplo, estou “Following” os twitters do Danilo Gentili e do Veríssimo. “Promissores”, pensei. Eu dei um “Unfollow” no Veríssimo há mais de mês. E estou quase fazendo o mesmo com o Gentili. O primeiro falava demais, não tinha saco pra ler tudo. Putz, ele queria um blog! Não dá, né?! E o Rei do CQC é incrivelmente chato, sem-graça, falso-inteligente e cada vez mais arrogante. Mas estou dando outra chance.

Outros Twitters, como, por exemplo, dos Irmãos Brain ou José Rezende Jr. Ou do SAC Divino foram gratas surpresas. Bom número de atualizações, conteúdo interessante e engraçado. Tudo que eu quero.

Ao liberar o acesso, apareceram dois tipos de informações: as que você gosta e as que não. Simples e fácil assim. Claro, o Gentili e o Veríssimo continuam com altíssimos níveis de “Follow”. O que implica no óbvio: há quem goste. Quem não, “Unfollow”.

Toda essa tagarelice é para ilustrar sobre a notícia de uma nova “ferramenta aberta a todos” na internet. O YouTube lançou o YouTube Direct, que é basicamente um canal de jornalismo feito por usuários. E como todo mundo é jornalista (e cozinheiro), é um canal de jornalismo feito por todo mundo.

Curioso é a notícia. Estava no G1 com assinatura da Reuters. O legal mesmo é o tom da notícia. Ela começa com uma afirmação negativa: “Celebridades, tenham cuidado: o YouTube está facilitando ainda mais para que qualquer pessoa com uma câmera transforme o seu comportamento — seja mundano ou sensacional — em notícia.”

Mas não para por aí. O melhor é esse: “Não se trata somente de celebridades, é claro. Muitos portais de notícias procurarão cenas de desastres, por exemplo, ou comportamentos agressivos em encontros políticos.”

Depois de ler a notícia, fiquei pensando não na ferramenta, mas no que havia motivado esse pessimismo com relação à ferramenta e seus usuários. O estranho é que a assinatura não é do G1. Ou seja, a Reuters está inconformada com a abertura do jornalismo. Será? Ela possui sucursal no Brasil, então não sei se é a Internacional que disse forma. Ou será que isso não foi dito e o G1 fez “leves” mudanças no texto?

Interessante assimilar que o que será aberto para tudo e todos, não trará nada além de estúpidos paparazzi, fait-divers ou jornalismo gore.

De qualquer forma, a tão condenável parcialidade que pregam os livros e professores é simplesmente ignorada quando o assunto é algo que lhes afetam. Eu nunca fui a favor da imparcialidade, já que acho isso impossível. Mas sou a favor do bom jornalismo. E isso, dessa forma, por mais besta que seja a notícia, não é exemplo de um bom jornalismo. Talvez devessem esquecer um pouco a queda do diploma e começar a mostrar o motivo dele ser importante.

Ah... quer ler a notícia? É só clicar aqui.

1 comentários:

Há de ser tudo da lei disse...

E dale Conferência Nacional de Comunicação!