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25 de março de 2009
Vou começar com uma série de devaneios/perguntas que há muito vem surgindo em minha cabeça:

Quantas vezes vou errar até começar a acertar? Por que é tão difícil superar algumas coisas? Dependência é foda! Adulto? O que é isso? Sou? Coisas de moleque são coisas legais de se fazer? O que aconteceu/acontece/acontecerá com o Piruka? E com o Thiago? Será que o Flamengo vai falir? O que é esse consumismo que eu tenho com DVDs? O que aconteceu com o prazer de comprar e apreciar um CD? Por que isso é importante? O que acontecerá com minha bateria? Será que eu dependo de um cara, do outro lado do oceano, para tocar? Tenho resposta para isso tudo? Será que estou virando um nerd? Odeio nerds!

Acima foram feitas 17 perguntas (retóricas ou não) e duas afirmações. É claro que (não) pretendo respondê-las! Apenas digitar sem preocupação. Tec-tec-tec-tec...

25/100
Tenho vinte cinco anos. Depois de passar pelos 24, e todas suas piadas masculinas, agora ouço o clássico: um quarto de século. Mas sabe que pensar nessa fração me fez colocar algumas coisas em xeque?! Pensar em 25 anos não me parece muito. Pensar em um todo de cem anos, e o fato de já vivido um quarto do 1-0-0 dão um impressão mais complicada à minha existência.

O que se deve ter aos 25? Quando moleque, queria ter filhos aos 20 anos. Parecia-me uma idade beeeeem distante, além de pensar que começando a família logo após a segunda década de vida, seria um pai jovem e poderia curtir mais meus filhos, tal como meus pais fizeram comigo. Claro que não sabia o que era crise econômica, dívida, cartão de crédito, imposto de renda, IPVA, IPTU, juros, mercado de trabalho etc. Além disso, com R$ 10 eu ia ao cinema e lanchava e com R$ 30, enchia o tanque do carro. As coisas mudam, assim como minha percepção.

Agora estou aqui, trabalhando de terno, sem metade das tatuagens que pensei que teria, barba e cabelos formalmente aparados, bebendo café e falando e entendendo a política do Brasil. Agora tomo partidos, tenho opiniões fortes sobre coisas sérias: Sou (ou estou) governista. Apoio o casamento homossexual. Sou contra a legalização das drogas, mas a favor de discutir o assunto: “o que é droga?”. Sou a favor do aborto, mas com responsabilidade. Sou contra grupos religiosos na política. Sei que o Flamengo É o maior do mundo, inclusive em dívidas. O Dave Matthews Band É a melhor banda do planeta. O BBB não estuda PORRA NENHUMA do relacionamento humano. O prazer de curtir uma música está morrendo, assim como apreciar um filme, graças à facilidade da internet. Sou a favor da pirataria. Não, não acho isso contraditório. Acho que as pessoas se preocupam com besteiras e deixam o essencial de lado. Dinheiro traz, sim, felicidade, mas não é o único meio de ser feliz. And so on...

Mas acho que estou longe de ser um cara sério. Na verdade, vejo piadas em tudo. Inclusive sou adepto de uma frase, dita não sei por quem (ou se foi mesmo dita): “acho que o mundo é uma grande piada de humor negro” (adaptei o final... acho que no lugar de humor negro, é de mau gosto. Mas o que importa?). O mundo é hipócrita, irônico, malvado, perverso, previsível, indiferente e muito interessante. Acho que Douglas Adams resumiu a existência humana. Considero-me membro da religião Mochileiro da Galáxia.

E o que é não ser sério aos 25 anos? Significa que não sou adulto? Sou um moleque irresponsável? Meu gosto por South Park, Cyanide and Hapiness, Todo Mundo Em Pânico me caracterizam como imaturo? Minha vontade de butecar alguns dias, beber, ouvir um bom e necessário metal em frente ao Sugar’s Bread me torna irresponsável? Minhas roupas? Minha vontade de voltar a ter minha barba? Sou sério, adulto e responsável? E competente? Passei minha infância em recuperação nos colégios. Reprovei o segundo ano. Estagiei alcoolizado e sem dormir por várias vezes.

Afinal, o que É SER ADULTO?! Alguém sabe? Me diga, por favor.

Piruka
Já faz algum tempo que eu mudei minha mensagem da secretária eletrônica. Antigamente, era:

“Olá. Você ligou para Thiago, ou Mello ou Piruka. No momento eu não posso atender. Deixe seu recado após o sinal com nome e telefone. Bom dia, tarde, noite ou madrugada”.

Ou algo do tipo. Fiquei anos com ela. Pelo meu primeiro emprego, troquei para o básico: “você ligou para tal, te ligo depois”. Chato. Mas acho que foi aí o início do fim do Piruka. Essa questão de fim do Piruka é interessante. O que é o Piruka? Acho que é tudo aquilo que pode me caracterizar como um moleque! Desde meu Play 2 até um eventual desmaio na porta do Sugar’s Bread.

Aos poucos, parece que não há mais espaço para o Piruka. Infelizmente, esta persona está diretamente ligada à presença de amigos. Sou um Peter Pan alucinado que envelhece quando o afastam da Terra do Nunca, que não é um lugar, e sim um calor da amizade.

Estranho não ter mais os amigos para butecar, curtir, rir etc. Crescemos. Estão por aí. Trabalhando e estudando, espalhados ao redor desse mundo hipócrita, irônico, malvado, perverso, previsível, indiferente e muito, muito interessante. Todos adultos. E aí bate uma sensação de saudade daquele tempo onde tudo se resumia num final de semana. O Piruka é esse cara saudoso que quer sempre continuar curtindo. Mas mal ele sabe que este tempo já chegou ao fim. Haverão curtições, sem dúvida, mas tudo é uma sombra do passado. E o Piruka está nessa sombra, esperando o sol dar as caras...

Música comprada, baixada, feita e DVDs... mil DVDs
No domingo foram algumas pessoas à minha casa, curtir o vexame do Mengão. Um deles trouxe dois shows em DVD. Piratas, claro. Aí a Vanessa puxou a gaveta e mostrou o meu vício. Logo, veio a pergunta: “tudo original?”.

Achei muito curioso. Eu guardo, desde moleque, um prazer por possuir essas coisas. Eu me lembro de ir à casa de algumas pessoas que me mostravam toda sua colação de discos em vinil, guardados com apreço, cuidado, carinho e, principalmente, orgulho. Trago isso comigo até hoje. Não mais com meus CDs, infelizmente. Alguns estão com caixas quebradas, encartes amassados e músicas arranhadas. Isso quase me mata. Mas é claro que os que realmente importam, estão guardados com cuidado.

Agora minha atenção está voltada para os meus vários DVDs. Comprados SEMPRE pensando no prazer de saborear a película. Na satisfação de sentir uma experiência única. Pode parecer exagero, e talvez seja, mas filmes para mim possuem sabor. Cada um para um paladar diferente: filmes doces, salgados, ácidos... porém, o prazer maior é degustar tudo. Experimentar. Saborear cada momento, trilha sonora, fotografia, edição, atuação, direção, comprometimento e mil coisas mais, da maneira que deve ser.

E eu era assim com a música. Por muito tempo fiquei maravilhado com a facilidade da Internet na hora de baixar meus mp3. Baixava vários CDs numa só tacada. E não degustava nenhum. Engolia sem mastigar. Olho gordo, comer uma coisa pensando na outra. E assim, o prazer da música vai morrendo. Ficando automática. Gosto disso, não gosto disso. Why? Cadê a explicação? O motivo? Qual foi a última vez que você parou, sentou no chão, sofá ou cama, escolheu o que seria apreciado a dedo, e OUVIU O CD? Digo de acompanhar a letra, sentir alguma, entender o que a banda está passando! Quando? Eu? Há algum tempo. Claro que com o download isso vai terminando. E prazer nenhum deve desaparecer.

Sentar na minha bateria está atrelado a esse prazer. É um sentimento rítmico, forte, e por muitas vezes mal-expressado (não sou um bom baterista) mas não deixa de ser um sentimento legítimo. É complicado, agora, não ter lugar pra tocar ou a falta de pessoas. Me sinto triste, algumas vezes. Sinto falta dessa expressão única. Acho que quem toca algum instrumento, sabe como é. Afinal, nós, humanos, somos compostos de milhares de coisas. Aquilo que faz parte de você, mas que não está presente, se torna um pequeno vazio. Pequeno, mas não menos importante.

Urubu
Quando? Quando vai chegar a hora? Dá até medo de perguntar pela resposta! O Flamengo vai mal das pernas. Muito mal. O time é bom, mas não joga. A torcida é ÚNICA, mas não tem mais motivos para comemorar. A direção é péssima... e para por aí. O que aconteceu com o maior do mundo?!

Nos anos 80, o melhor time do Brasil era o Mengão. Em dez anos foram quatro brasileiros, uma libertadores e um mundial. Além de incontáveis TG e TR e Cariocas. Zico, Bebeto, Adílio, Lico, Nunes e vários outros aí, vestindo o Manto Sagrado sob o olhar de milhões de rubro-negros espalhados pelo Brasil e pelo Mundo.

Hoje parece que isso nunca aconteceu. Estamos reduzidos a um atacante folclórico e só. É estranho, mas esse medo de o Flamengo piorar nos torna mais flamenguista. A cada vez que penso no pior para o Mengão, aumenta minha paixão e sei que nunca vou abandonar esse time.

O futebol é cíclico. Não é a hora do Flamengo. Deixe os pequenos aproveitarem a onda resultante das mil péssimas gestões rubro-negras. Uma hora voltaremos para os trilhos. E quando o Flamengo chega, ninguém segura!

Cineminha é perfeito
Filmes e mais filmes. Assisti poucos no cinema. Porém, os que assisti já fazem parte da minha imensa lista de recomendações e filmes que estarão sempre em minhas citações da sétima arte. Seguem alguns:

O lutador, de Darren Aronofsky – o que dizer desse filme? One Word: PERFEITO!

Watchmen – o filme, de Zack Snyder – o cara é o REI das adaptações. Madrugada dos Mortos e 300 falam por si só. Agora, ter a audácia de adaptar uma obra do resmungão (porém genial... e eu nunca li nada dele! :) Alan Moore, foi demais. Ele foi xingado pelo britânico adorador do deus serpente várias vezes. O estúdio dificultou tudo e ele ainda alterou o final. O cara é macho. E muito bom. O filme é sensacional!

Trovão Tropical, de Ben Stiller – o que posso falar? Bem Stiller é um dos melhores comediantes da atualidade. Um diretor com ótimo senso de comédia. Ótimo escritor. E amigo de Jack Black e Robert Downey Jr. (em, no que deve ser, sua melhor atuação). Humor negro é ótimo. E esse filme é negro, pastelão e hilário. Hollywood dissecada em tons pastéis e exagerados. Ótimo!

E por aqui termino o meu maior post. Acho que adorei escrever isso tudo. Quanto tempo levará para o próximo..............................