pensamento digitado

3 de outubro de 2006
sempre respondo a todos que me perguntam: "tudo vai melhorar". as perguntas geralmente são as mesmas... por isso a resposta é quase sempre essa. e eu acredito nela. de verdade. mas até quando vou usar essa frase e não presenciar o futuro nela contida?

a repetição é corrosiva. ela desgasta. essa repetição deixa apenas a carcaça de algo que antes era recheado de esperança. chega um momento que o objeto desgastado e corroído é inútil. isso me dá medo! essas palavras já não sustentam meu desejo...

... essa carcaça se tornou vácuo. ele não ecoa mais uma esperança.

agora, passo horas em frente ao computador tentando escrever pelo menos uma frase para meu estágio. não consigo. minha mente foge, meus dedos adormecem, meus olhos ardem, meu coração bate mais rápido, minha respiração fica ofegante. enfim, não consigo pensar e nem fazer, e isso me desespera! será que esse medo e a velocidade do tempo estão me atrapalhando? o "tudo vai melhorar" nunca chega. e o tempo não vai passar mais rápido. o tempo do tempo me contém. e o que posso fazer?

fazer. ser. acreditar. etc. nada disso faz mais sentido quando não há resposta. estou quebrando leis básicas do universo... não há reação para minha ação. a teoria do caos parace funcionar melhor... um milhão de borboletas estão batendo asas do outro lado do mundo... o furacão chegou até mim.

talvez seja hora de mudar as palavras... talvez a esperança volte a ser um doce néctar que escorre pela garganta e preenche vazio de uma digestão amarga. acho que tudo depende do foco, de como se olha e de como se deseja olhar. uma hora as borboletas irão parar de bater as asas... minha ação terá sua reação e ainda, as mesma borboletas que me colocaram no olho do furacão, virão me visitar como simples seres naturais de todo uma beleza que, agora, não enxergo... mas que voltarei a ver em breve.

(talvez não seja necessário as palavras... somente a esperança que prometem)

1 comentários:

Erica Abe disse...

Hum...
quer conversar?
Beijos